domingo, 13 de dezembro de 2015

Dia Após Dia

                                   

As sete da manhã minha mãe passa a sonda em mim, me da os remédios, sendo dois comprimidos, um para os meus espasmos e o outro para a bexiga não fechar, os tomo com água. Volto a dormir e ela sai para trabalhar.

Acordo por volta das nove horas da manhã com a minha sobrinha de dois anos me chamando.
Sou beijado e abraçado todos os dias menina mais linda do Mundo, a minha nega Mariana e já é uma menina super independente e isso me corta o coração ela já cuida de mim como uma adulta, eu gostaria que ela fosse só uma criança que eu pudesse cuidar, levar na praia, levar para andar de bicicleta, ensinar desenhar. Eu só gostaria de fazer mais por ela do que ela faz por mim.

Eu, ligo a televisão e fico deitado assistindo desenho com ela.
Na maioria das vezes a minha visinha Dona Marta ou a Vó Marta como a Mariana chama ela, da uma olhada na gente, ela me da café e a Mariana vai brincar na casa dela.

Assim fico esperando minha mãe chegar do trabalho, para passa a sonda novamente, me vestir e me sentar na cadeira de rodas.

Depois da sonda e de me vestir, minha mãe vai pedir ajuda para alguém me sentar, algum vizinho, amigo ou familiar. O processo funcionava assim, me sento na cama primeiro, coloca minhas pernas para fora da cama, pega nos meus braços e me puxam, minha mãe me ajeita e a outra pessoa pega por trás de mim, colocando as mãos de baixo dos meus braços, e minha mãe nas pernas e enfim me colocam na cadeira de rodas.

Uma vez sentado eu almoço, assisto os noticiários, minha mãe volta para o seu trabalho as duas da tarde. Ligo o computador e fico a tarde inteira, olho as minhas redes sociais, respondo os meus recados, olho meus Emails, saio e vou ver outros Sites que gosto, ligo o som e fico curtindo até as cinco da tarde.

Dentro de casa eu consigo me locomover e me virar sozinho, tive que transformar a minha boca em ferramenta parecida com as minhas mãos, algumas coisas que fazia com as mãos agora passei a ajudar com a boca, tipo para ajudar a segurar e dar equilíbrio para o copo, caneta pequenas coisas.

Saio do quarto vou para sala quando eu canso de ficar no computador, ligo a TV ou saio até a área de casa, só não consigo entrar na cozinha por não ter forças nos braços suficiente para subir uma pequena rampa que existente no local.

Antes da minha mãe sair para trabalhar ela deixa uma garrafinha de água aberta em cima da mesa do computador, assim se eu sentir sede eu consigo pegar com a boca e uma das mãos, quando preciso de mais alguma outra coisa peço para minha vizinha dona Marta ou a Mariana me ajuda.

Minha mãe chega as 17:00 da tarde, tomo café e como alguma coisa, o processo para me deitar na cama é o mesmo, minha mãe passar sonda novamente e depois me da banho, aproveito para descansar um pouco, assisto TV e as sete peço para minha mãe me sentar de novamente, e de novo vou pra frente do computador, e faço tudo de novo, fico La até a janta sair, antes de deitar tomo mais três comprimidos, dois são para os espasmos musculares ou tonos, sendo um tarja preta e outro para a bexiga não fechar, como eu havia falado antes, ai deito de vez.



Fico assistindo desenho com a minha sobrinha até ela dormir, até mais ou menos meia noite, desligo faço minha oração e antes de dormir eu penso em tudo, sempre fico me imaginando se eu fosse paraplégico, as coisas seria muito mais fáceis não depender de ninguém para sentar, deitar, tomar banho, sair, passar sonda, seria realmente muito bom, lembro da minha vida antes do acidente da liberdade que eu tinha.

E no outro dia é tudo de novo, pelo menos na parte da manhã





terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Escolha Errada

Será que a vida só é isso para mim, será que a vida só vai ser isso ?
Até quando as coisa vão ser assim ? Solidão e lagrimas, desespero, angustia, raiva e ódio
Quando as pessoas passam por dificuldades me procuram, mas quando estão bem nem lembram que eu existo, acho incrível de como elas mudam assim.

Hoje eu vejo que tomei a decisão errada, ah se eu pudesse voltar no tempo e fazer a escolha certa talvez não estaria passando por isso.  

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Sou Como O Mar

Pois é, sou como o mar, meu espírito e meus pensamentos tem épocas de calmaria pura, tudo tranquilo como um dia de sol e céu azul. Os pensamentos são racionais, uma coisa de cada vez, as saudades e lembranças são brandas, tudo alinhado.  Mas tem outras épocas que meu humor vira de repente, meu espírito e meus pensamentos ficam inquietos, dentro de mim acontece uma batalha, as saudades apertam, aumentam em uma proporção sem explicação, ai entro em desespero, o mar dentro de mim se revolta, a raiva e o ódio passam a dominar, as ondas dentro dos meus pensamentos quebram uma atrás da outra, esbravejando e urrando, o vento frio fica cortando-me por dentro, fazendo meu coração sangrar, dentro de mim fica tão apertado que tenho que dar vazão a toda essa água através dos meus olhos, a água do mar começa ah escorrer, clara e salgada.

Depois de toda essa ressaca, as coisas voltam a calmaria, cada coisa em seu lugar, mas com toda certeza esse mar voltara a se revoltar


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Medo

Constantemente me pego para baixo, logo ligo o som e relaxo
Pensativo me mantenho calado, com os pensamentos escrevo algo
Pode ser sobre o amor, ódio ou saudades, algo com ou sem detalhes
Não existe opção alem de lutar, para poder chegar em algum lugar
Durmo tarde e acordo cedo, estou novamente com medo
Preso em um quarto, olhos os retratos
Tento me manter calma ao Maximo
A solidão me faz aos pedaços
Já desejei a morte quase todos os dias desses 15 anos
Para o futuro imagino planos
Mas tudo não passa de sonhos

Fácil não é, difícil também não, é pouco mas é melhor do que nada
É assim que eu sigo pela estrada