quinta-feira, 7 de abril de 2011

No Meio do Caminho: Uma Releitura de Carlos Drummond Sobre o Vício em Crack !


No meio do caminho tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade marcou a literatura brasileira com esse poema. Mas como será que Carlos Drummond escreveria hoje, em um contexto moderno? Com a devastação causada pelo vício em drogas como o crack, eu escrevi minha versão:

As pessoas costumam dizer:
"As pedras no caminho eu chuto."
As pedras que aparecem no meu caminho, eu recolho para construir um castelo.

Mas e se essa pedra for de crack?
Aí não dá para chutar.
Não dá para pegar ela e construir um castelo.
Tenho que lutar para que ela não me leve para o cemitério.
A luta é contra essa pedra, a luta é contra o vício.
Tenho que me internar para não cometer suicídio.

Essa pedra de crack está escravizando milhões no meio do caminho.
Destruindo milhares de destinos.
Deixando o ser humano sem caminho.
Não dá para explodir.
Se minha vida ela destruir,
Vai me transformar em um zumbi,
Um morto-vivo e louco no caminho.
Vou acabar roubando da minha casa e da casa do meu vizinho.
Sem ajuda, sem tratamento,
Vou fazer de tudo para manter o meu vício.

No meio do caminho tinha uma pedra de crack.
Tinha uma pedra de crack no meio do caminho.
Qual será o meu destino?

Marcelo de Souza Jesus



#Carlos Drummond de Andrade, poema moderno, #vício em #crack, luta contra o vício, pedras no caminho, superação, dependência química, recuperação, destruição pelo crack, poesia inspiradora

quarta-feira, 16 de março de 2011

O seu excesso de cuidado me sufoca

Eu quero que tudo se foda
O seu excesso de cuidado me sufoca
Assim você tira minha liberdade
Assim você não me deixa viver
Alimentando a minha vontade de morrer
Você quer que eu fique sozinho ?
Nem um neto você quer do seu único filho
Me deixe viver meu caminho
Não me trate como um coitadinho

sexta-feira, 4 de março de 2011

Falando sério

Falando sério


Eu te amo de verdade mas você não acredita
Eu me entreguei de um jeito que você nem imagina
Tenho medo de sofre novamente
Medo daquela dor voltar de repente


Falando sério


Eu te amo e te quero para sempre
Penso em você o dia inteiro você não sai da minha mente
Longe de você eu fico carente
Na sua vida eu quero ser mais presente
E na minha vida você é meu presente


Falando sério


Eu também tenho muitas cicatrizes
Algumas delas ainda me deixam triste
E te peço por favor não minta para mim
Ao seu lado eu só quero ser feliz
Eu só quero te amar
Promete que para o resto da vida junto vamos ficar ?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Poesia Urbana: Solidão e Reflexão no Labirinto da Mente !


Soldado pronto pra matar, pronto pra morrer,
Preso em um labirinto, sem ter pra onde correr.
Malandro que é malandro chega com tudo, atirando,
Os poetas das ruas falam das verdades mais cruéis e nuas.
Os melhores poetas dormem sob o sereno e a luz da lua.

Quando a raiva, tristeza e revolta me consomem,
Fecho o rosto e me calo no silêncio que me toma.
Minha válvula de escape? Eu sento e escrevo,
Transformo meus sentimentos em palavras e desabafo em segredo.
As grades ao redor do meu coração
Me arrastam para uma profunda solidão,
E tudo ao meu redor vira uma cidade fantasma,
Me sinto perdido na minha própria casa.

Procuro o amor como um caçador atrás da sua presa,
No labirinto da mente, numa busca indefesa.
Aqui dentro não há terra, nem flores,
Só o chão de cimento, frio e sem cores.
Meu peito é como um dia quente sem vento,
Carregando o peso de um silêncio intenso.